quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Roteiros de orientação para a cadeira de português

 Diário Oficial 09/01/1965

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FORMAÇÃO DE LEITORES DE LITERATURA NA ESCOLA BRASILEIRA: CAMINHADAS E LABIRINTOS

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ALICE VIEIRA

Arte ou disciplina escolar? Sua inclusão no currículo escolar a transforma em matéria de ensino. E, como disciplina escolar, seu ensino está sujeito a teorias pedagógicas, literárias e lingüísticas. Os documentos oficiais, expressando o posicionamento teórico de seus autores e o contexto histórico e social em que foram elaborados, ora a consideram uma disciplina autônoma, ora a incluem na disciplina Língua Portuguesa.


O último Programa Oficial de Língua Portuguesa, elaborado pela Secretaria de Educação de São Paulo, foi publicado em 1965. Nele, como nos anteriores, o professor se defrontava com uma extensa lista de conteúdos que deveriam ser ensinados aos alunos, durante os três anos do antigo colegial.


Seguindo uma filosofia bem diretiva, apresentava-se todo o programa de Português, que incluía conteúdos de gramática normativa, gramática histórica, temas de redação e uma extensa lista de autores e obras de literatura brasileira e portuguesa. 


Em relação ao ensino de literatura, predominava a historiografia. As características das escolas literárias, em uma abordagem cronológica, bem como seus principais autores e suas obras mais significativas, compunham a lista. Para a compreensão das principais obras dos autores, já falecidos, requeria-se também o conhecimento de sua biografia. Antologias escolares traziam trechos de obras selecionadas que deveriam ser lidos pelos al

unos. Aos professores cabia cumprir, no mínimo, 70% do programa, isto é, quase dois terços dos conteúdos explicitados. Com um público homogêneo, tanto do ponto de vista social quanto cultural, o professor não tinha dúvidas sobre o quê e como ensinar. O cânone literário bem como a gramática normativa faziam parte da sólida formação acadêmica da maioria dos docentes. 


a importância da leitura de obras literárias em detrimento do ensino da historiografia, uma vez que não se chega à literatura pela história, mas pela sua leitura.  


Para o ensino médio, a nova LDB propõe a formação geral, em oposição à formação específica; o desenvolvimento da capacidade de pesquisar, de buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, de criar e formular, desvalorizando-se o simples exercício de memorização. Essa proposta, que leva em conta as mudanças na produção e organização das empresas, rompe com o paradigma que vê a educação como um instrumento de “conformação” do futuro profissional ao mundo do trabalho, em que a disciplina, a obediência e o respeito restrito às regras estabelecidas eram as condições necessárias para a inclusão social.


PCNEM

 o ensino de literatura se integra à área de leitura e ao estudo dos gêneros discursivos. Essa concepção retoma os princípios presentes na Proposta Curricular da década de 70, mas, do mesmo modo, não apresenta indicações mais objetivas para o trabalho efetivo do professor. Em razão disso, foram publicados os Parâmetros em ação: ensino médio em 2001, e as Orientações educacionais complementares aos parâmetros curriculares nacionais, em 2002, com a finalidade de oferecer subsídios para o PCNEM (Brasil, 2002).

PCN+

A Literatura, particularmente, além de sua específica constituição estética, é um campo riquíssimo para investigações históricas realizadas pelos estudantes,

estimulados e orientados pelo professor, permitindo reencontrar o mundo sob a ótica do escritor de cada época e contexto cultural. Camões ou Machado de Assis; Cervantes ou Borges; Shakespeare ou Allan Poe; Goethe ou Thomas Mann; Dante ou Guareschi; Molière ou Sthendal. (Brasil, 2002, p.19)

Tal afirmação nos leva a ver um retrocesso no ensino de literatura, pois se durante muitos anos o texto literário foi utilizado na escola como pretexto para o ensino de gramática, aqui nos parece que o pretexto será a investigação histórica. O estatuto estético da literatura, embora citado, não é abordado e discutido. Entretanto, outras afirmações do mesmo documento se sustentam em perspectivas mais de acordo com as novas pesquisas na área:

As diversas manifestações culturais da vida em sociedade são marcadas por traços que as singularizam, expressos pela linguagem. Espera-se que o aluno do ensino médio consiga reconhecer e saiba respeitar produtos culturais tão distintos quanto um soneto árcade ou um romance urbano contemporâneo. (p.63) • Trata-se do aproveitamento satisfatório e prazeroso de obras literárias, musicais ou artísticas, de modo geral – bens culturais construídos pelas diferentes linguagens –, depreendendo delas seu valor estético. Apreender a representação simbólica das experiências humanas resulta da fruição de bens culturais. (p.65) • Pode-se propiciar aos alunos momentos voluntários, para que leiam coletivamente uma obra literária, assistam a um filme, leiam poemas de sua autoria – de preferência fora do ambiente de sala de aula: no pátio, na sala de vídeo, na biblioteca, no parque. (p.67)

O deslocamento da literatura para a área de leitura, pensando-se na formação de um aluno leitor, apresenta um aspecto bastante positivo e nos remete, ainda que implicitamente, à Estética da Recepção, em cujos pressupostos teóricos podem-se resgatar a importância da contextualização da obra e de seu autor, o momento histórico de sua aparição e o papel do leitor na concretização da obra. Quando, no entanto, se procura nos Parâmetros em ação ensino médio a metodologia que dê conta dessa proposta, ela não se concretiza. 

Nos três documentos, Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio – PCNEM –, PCN+ e Parâmetros em Ação, não se encontram o conceito de literatura, nem critérios que sirvam de base para caracterizar o “texto literário como forma peculiar de representação e estilo em que predominam a força criativa da imaginação e a intenção estética”, como se afirma nos Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental (Brasil, 2002).


Orientações curriculares para o ensino médio

sinaliza uma separação entre o ensino de língua e o de literatura. Com efeito, na parte referente aos Conhecimentos de Literatura, retoma-se discussão sobre a necessidade da literatura no ensino médio, vista sob o enfoque da arte ou do fazer artístico. Reforça-se a idéia de que a literatura, assim como outras formas de expressão artística, é vital ao homem e não pode ser privilégio de alguns em detrimento de grande parte dos alunos que não tem acesso a ela em seus lares.

A simples leitura desses itens demonstra que a formação de leitores de textos literários representa o ponto central das preocupações dos autores. Para tanto, retomam três aspectos presentes nos PCN e nos PCN+, criticando e discutindo a ênfase no aluno interlocutor para que decida o que é ou não literário, o foco exclusivo na história da literatura e a idéia de fruição estética ali contida. O conceito do que faz com que um texto seja literário ou não, para os autores, deve passar pelo crivo que se utiliza para os escritos canônicos. “Há ou não intencionalidade artística? A realização correspondeu à intenção? Quais os recursos utilizados para tal? Qual o seu significado histórico-social? Proporciona ele o estranhamento, o prazer estético?” (Brasil, 2006, p.57) Defende-se, assim, a necessidade de uma escolha cuidadosa dos textos que devem ser lidos em sala de aula, não se aceitando como literárias manifestações que não correspondam a esses requisitos

letramento literário que leve o jovem a não apenas ler obras literárias, mas também a conhecer textos que falem da literatura

A teoria da recepção, que aparecia de modo implícito no PCNEM de 1999, neste torna-se explícita. Bakhtin, Antonio Candido, Umberto Eco, Ítalo Calvino são alguns dos teóricos que sustentam a discussão sobre a importância do leitor na concretização do texto literário

formação de leitores de poesia dentro e fora da escola, propondo-se “a exploração dos efeitos de sentido produzidos pelos recursos fonológicos, sintáticos, semânticos, na leitura e na releitura de poemas

a história da literatura seria uma decorrência da leitura das obras vistas em seu contexto histórico-social e cultural, “uma espécie de aprofundamento do estudo literário, devendo, pois, ficar para a última etapa do ensino médio ou para os que pretendem continuar os estudos especializados 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Artes da palavra

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 De certa forma, pode-se dizer que a literatura é motivada pelo medo ancestral de esquecer, recuperando na arte da palavra um modo de ser feliz.


Por toda essa sua capacidade inventiva, a arte literária é sempre ficção no sentido de realidade imaginada e criada pela palavra, sem necessariamente precisar ser comprovada com o real. Entretanto, por mais alegórico, fantasioso, absurdo que seja um conto, um poema ou uma novela, o texto literário mantém estreitos vínculos com a realidade humana e só o ser humano em sua existência real é seu foco de interesse e de atenção. Este talvez seja o traço mais generosamente humano da literatura e a sua própria razão de existir – expressar em profundidade a dor e a alegria, a luta e a desistência, o amor e o desencontro, a morte e o retorno, o misterioso e o prosaico, o desejo e a frustração, a liberdade e a descoberta, a fome e os excessos, a persistência e a fuga, a imobilidade e a peregrinação, contribuindo assim para a formação ética, estética e histórica de homens e mulheres em permanente processo de descoberta e revelação. Outra característica geral da arte literária é sua extrema expressividade ao revelar a vida, por mais conhecida que seja, com olhos de primeira vez. Por isso, o traço mais político da literatura é fazer acordar e aguçar nas pessoas o sentido da revelação. Quando se lêem versos de Camões como “Amor é fogo que arde sem se ver/ É ferida que dói e não se sente”, por mais que se conheça a experiência amorosa, é como viver o amor pela primeira e única vez. Ao contrário de definir a vida de forma acabada ou utilitária, a literatura oferece a vida como linguagem múltipla e carregada de significações. Em síntese, a literatura sempre diz mais, por meio da poesia, das narrativas, do cordel e do gênero epistolar que, por vezes, eleva a correspondência entre duas

ENSINO DE LITERATURA: O QUE DIZEMAS DISSERTAÇÕES E TESES RECENTES (2001-2010)?

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Maria Amélia Dalvi

Neide Luzia de Rezende

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

PNLL

Sobre “por que” e “como” ensinar literatura

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Inara Ribeiro Gomes


A LITERATURA NO CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO: NECESSIDADE DE RESGATE

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Se, por e não sei que excesso de socialismo ou e barbárie, todas as nossas disciplinas devessem ser expulsas do ensino, exceto uma, é a disciplina literária que devia ser salva, pois todas as ciências estão presentes no monumento literário. Roland Barthes, 1977, p. 90

Este artigo expõe o modo como o ensino da literatura teve início no Brasil, no século XVI, e mostra as mudanças ocorridas a partir da publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio – PCNEM, que montaram o currículo de Língua Portuguesa na área de Linguagens e Códigos e suas Tecnologias

 As escolas direcionam o ensino 32 para o ENEM (Exame do Ensino Médio), que cobra cada vez menos literatura;

1- Algumas considerações sobre currículo e ensino da literatura no decorrer do tempo O currículo moderno surgiu nas escolas norte-americanas entre os séculos XVIII e XIX, por Franklin Bobbit, cujo livro The curriculum de Bobbit lançou as bases da teoria tradicional, que defendia a lógica da escola como a lógica da indústria, ou seja, focava o ensino na vida produtiva (que era o objetivo da modernidade). 

Já o pensamento do sociólogo educacional contemporâneo Michael Young defende a abordagem do currículo “baseada no conhecimento e na disciplina, e não baseada no aprendiz, como presume a ortodoxia atual” (YOUNG, 2010). 

O ensino da literatura no Brasil teve início no século XVI, com os padres Jesuítas, que a utilizavam com finalidades didáticas/catequéticas, bem como o faziam com o teatro e a música. A concepção deles era a europeia, ou seja a de ensinar literatura de acordo com a retórica e a poética, seguindo os modelos criados por Platão, Aristóteles e Horácio. Em meados do Século XIX, com o advento do Romantismo, esse modelo foi substituído pela História da Literatura. Como disciplina propriamente, a Literatura chegou às salas de aula brasileiras, no século XIX, através dos programas de ensino do Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, fundado em 1837

Ao longo do tempo, em salas de aula dos colégios, a Literatura foi trabalhada como uma disciplina adensada à Língua Portuguesa. Ora enfocavase a sua história, com periodização, características de estilos de épocas, nomes de autores e obras; ora se cobrava biografia de autores; ora se indicava leitura de livros, tantas vezes inadequados à idade do aluno, e cobravam-se fichas de leitura. As escolas arrumavam seus currículos de acordo com suas concepções pedagógicas.

Em 1999, começaram a ser publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), que “revelam a dificuldade de situar a literatura no contexto da linguagem e de fazer dela uma disciplina escolar. A principal perspectiva desta Lei (LDB n° 9.394/96) consiste em formar uma “escola média com identidade”, isto implica a formação de alunos preparados para viver o mundo atual. Mas o documento é tão vago quanto ao enfoque da literatura, que o próprio MEC, no Manual das Orientações Curriculares para o Ensino Médio, assim justifica o capítulo concernente aos ‘Conhecimentos de Literatura’: 34 As orientações que se seguem têm sua justificativa no fato de que os PCN do ensino médio, ao incorporarem na linguagem os conteúdos da Literatura, passaram ao largo dos debates que o ensino de tal disciplina vem suscitando, além de negar a ela a autonomia e a especificidade que lhe são devidas (2006, p. 49)

De fato, a orientações apontaram uma abordagem longe de um enfoque com informações sobre datas, estilos de época etc, mas no sentido de formar o leitor literário capaz do prazer estético. Segundo a proposta “[...] fazse necessário e urgente o letramento literário: empreender esforços no sentido de dotar o educando da capacidade de se apropriar da literatura” (2006, p. 55). Noutra passagem, fica claro que “[...] a Literatura como conteúdo curricular ganha contornos distintos conforme o nível de escolaridade dos leitores em formação” (2006, p. 60). Na prática, entretanto, o discurso dessas orientações parecem não ter se concretizado. No livro Guia de leituras para alunos de 1.º e 2.º graus, também encontraremos subsídios a respeito do assunto. É a autora dele, Maria da Glória Bordini, quem diz que A escola não permite a entrada no mundo dos livros de forma completa e sim cortando aos pedaços, como no livro didático. Ensina-se literatura para aprender gramática, para revisar a História, a Sociologia, a Psicologia e para redigir melhor. Tornando-se matéria para adornar outras ciências, o texto literário descaracteriza e afasta de si o leitor (BORDINI, 1989, p. 9). Desse modo, não se dá à literatura o espaço que lhe é devido, o que propicia distorções entre ela e o leitor. As consequências do erro de terem juntado o estudo da Literatura ao estudo das linguagens só agravaram a leitura do texto literário nos ensino fundamental e médio. Essa fusão, feita, na verdade, em 1943, e chancelada pelo PCN de 2002, acaba por implicar a não aprendizagem efetiva de nenhuma das áreas, pois, como assinala Coutinho: “O ensino da linguagem visa à capacidade de usar a língua como instrumento de comunicação, enquanto o da literatura pretende acentuar o aspecto estilístico e moral da obra e desenvolver hábitos não profissionais de leitura” (COUTINHO, 1952, p. 24-25).

domingo, 20 de setembro de 2020

A literatura contra o efêmero

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Umberto Eco

Para que serve a literatura?

Eu poderia dizer que ela não serve para nada, mas uma visão tão crua do prazer literário corre o risco de igualar a literatura ao jogging ou às palavras cruzadas.

Existem poderes imateriais cujo peso não se pode medir, mas que ainda assim pesam.

E entre esses poderes eu incluiria também o da tradição literária, isto é, do complexo de textos que a humanidade produziu e produz, não com fins práticos, mas "gratia sui", por amor a si mesma, e que são lidos por prazer, elevação espiritual ou para ampliar os conhecimentos.

A literatura mantém a língua em exercício e, sobretudo, a mantém como patrimônio coletivo.

a prática literária também mantém em exercício nossa língua individual.

A leitura das obras literárias obriga a um exercício de fidelidade e de respeito dentro da liberdade de interpretação. Há uma perigosa heresia crítica, típica dos dias de hoje, segundo a qual é possível fazer qualquer coisa com uma obra literária. Não é verdade. As obras literárias convidam à liberdade de interpretação porque propõem um discurso com muitos planos de leitura, defrontando-nos com a ambiguidade da linguagem e da vida. Mas, para poder intervir nesse jogo, em que cada geração lê as obras literárias de um modo diferente, é preciso ter profundo respeito por aquilo que chamo a intenção do texto.

Saber se no final o fuzil disparou ou deixou de disparar não tem o simples valor de uma notícia.

É isso o que dizem todas as grandes histórias, sendo possível, em todo caso, substituir Deus pelo destino ou pelas leis inexoráveis da vida. A função das narrativas imodificáveis é justamente essa: contrariando nosso desejo de mudar o destino, nos fazem experimentar a impossibilidade de mudá-lo. E assim, que seja a história que elas contem, contarão também a nossa, e é por isso que as lemos e as amamos. Necessitamos de sua severa lição "repressiva". A narrativa hipertextual pode educar para o exercício da criatividade e da liberdade. Isso é bom, mas não é tudo. As histórias "já feitas" nos ensinam também a morrer. 

Creio que essa educação para o fado e para a morte é uma das principais funções da literatura. Talvez existam outras, mas agora me escapam.

A literatura é o único instrumento realmente capaz de mudar o homem

 Revista Bula

POR EDIVAL LOURENÇO

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- literatura oral

- Registro literário desde a escrita rupestre, passando pela escrita cuneiforme, pelo papiro, pelo pergaminho, pelos incunábulos dos escribas dos mosteiros medievais, sempre permeou a vida da humanidade. 

-  Suporte de papel, em um chumaço impresso e encadernado, numa técnica desenvolvida por Gutenberg, no século 15, vulgarmente conhecido como livro, permitiu a disseminação massiva dos conteúdos literários.

- Para que serve mesmo a Literatura? 

    - A Literatura contribui para a formação, estabilização e desenvolvimento de uma língua, como patrimônio coletivo.

    - A Literatura mantém o exercício, o arejamento, o frescor da língua, que é o principal fator de criação de identidade, de noção de comunidade, do sentimento de pátria e pertencimento a uma placenta cultural que nos acolhe e nos dá sentido à vida tanto individual quanto coletivamente.

    - A Literatura proporciona o aprendizado, de uma forma lúdica e segura, ao mesmo tempo em que permite o acesso das novas gerações aos valores acumulados pelo processo civilizatório e universalmente aceitos como válidos

    - A Literatura expande a rede neural do leitor, possibilitando a diversidade das ideias, a capacidade de reflexão, a noção de flexibilidade e a tolerância para com o diferente, proporciona a empatia

    - A Literatura enseja o surgimento e a disseminação de valores estéticos, aguça a sensibilidade, introduzindo na vida das pessoas o verdadeiro sentido do belo, distinguindo-nos da fauna geral, onde gosto não se discute.

    - A confabulação da literatura nem sempre segue o caminho retilíneo desejado pelo leitor, possibilitando a ele entrar em contado com a frustração ficcional, como exercício de amadurecimento

    - A Literatura, como toda arte, estimula o cruzamento de informações, possibilita a sinergia do pensamento, amplia a visão da realidade e até cria realidade nova.

    - A Literatura faz a aproximação entre a ciência e a vida.

    - A Literatura cria as pré-condições para que os atos e os fatos ganhem dimensão simbólica. E é na dimensão simbólica das coisas que a vida ganha sentido. 

Pelo que foi listado, a Literatura não é uma panaceia — remédio para todos os males —, mas a base, a plataforma de lançamento de cidadãos melhores, numa sociedade portadora de um clima onde pessoas de boa vontade possam ver implantados seus ideais de paz, respeito, leveza, cordialidade, lisura, honestidade, preservação e desenvolvimento sustentado

Leitura de tese

Leitura da tese "Representações de educação em livros de histórias de cidades mineiras (1910-1971)", de  Fernanda Mendes   Resende...