quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Leitura de tese

Leitura da tese "Representações de educação em livros de histórias de cidades mineiras (1910-1971)", de Fernanda Mendes Resende - USP.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Em busca de disciplina

A partir de agora, preciso intensificar os meus estudos. Minha intenção é conseguir qualificar no início do 2º semestre, em agosto.

Para isso, peço a direção de Deus!

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Roteiros de orientação para a cadeira de português

 Diário Oficial 09/01/1965

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FORMAÇÃO DE LEITORES DE LITERATURA NA ESCOLA BRASILEIRA: CAMINHADAS E LABIRINTOS

Clique aqui para ler.

ALICE VIEIRA

Arte ou disciplina escolar? Sua inclusão no currículo escolar a transforma em matéria de ensino. E, como disciplina escolar, seu ensino está sujeito a teorias pedagógicas, literárias e lingüísticas. Os documentos oficiais, expressando o posicionamento teórico de seus autores e o contexto histórico e social em que foram elaborados, ora a consideram uma disciplina autônoma, ora a incluem na disciplina Língua Portuguesa.


O último Programa Oficial de Língua Portuguesa, elaborado pela Secretaria de Educação de São Paulo, foi publicado em 1965. Nele, como nos anteriores, o professor se defrontava com uma extensa lista de conteúdos que deveriam ser ensinados aos alunos, durante os três anos do antigo colegial.


Seguindo uma filosofia bem diretiva, apresentava-se todo o programa de Português, que incluía conteúdos de gramática normativa, gramática histórica, temas de redação e uma extensa lista de autores e obras de literatura brasileira e portuguesa. 


Em relação ao ensino de literatura, predominava a historiografia. As características das escolas literárias, em uma abordagem cronológica, bem como seus principais autores e suas obras mais significativas, compunham a lista. Para a compreensão das principais obras dos autores, já falecidos, requeria-se também o conhecimento de sua biografia. Antologias escolares traziam trechos de obras selecionadas que deveriam ser lidos pelos al

unos. Aos professores cabia cumprir, no mínimo, 70% do programa, isto é, quase dois terços dos conteúdos explicitados. Com um público homogêneo, tanto do ponto de vista social quanto cultural, o professor não tinha dúvidas sobre o quê e como ensinar. O cânone literário bem como a gramática normativa faziam parte da sólida formação acadêmica da maioria dos docentes. 


a importância da leitura de obras literárias em detrimento do ensino da historiografia, uma vez que não se chega à literatura pela história, mas pela sua leitura.  


Para o ensino médio, a nova LDB propõe a formação geral, em oposição à formação específica; o desenvolvimento da capacidade de pesquisar, de buscar informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, de criar e formular, desvalorizando-se o simples exercício de memorização. Essa proposta, que leva em conta as mudanças na produção e organização das empresas, rompe com o paradigma que vê a educação como um instrumento de “conformação” do futuro profissional ao mundo do trabalho, em que a disciplina, a obediência e o respeito restrito às regras estabelecidas eram as condições necessárias para a inclusão social.


PCNEM

 o ensino de literatura se integra à área de leitura e ao estudo dos gêneros discursivos. Essa concepção retoma os princípios presentes na Proposta Curricular da década de 70, mas, do mesmo modo, não apresenta indicações mais objetivas para o trabalho efetivo do professor. Em razão disso, foram publicados os Parâmetros em ação: ensino médio em 2001, e as Orientações educacionais complementares aos parâmetros curriculares nacionais, em 2002, com a finalidade de oferecer subsídios para o PCNEM (Brasil, 2002).

PCN+

A Literatura, particularmente, além de sua específica constituição estética, é um campo riquíssimo para investigações históricas realizadas pelos estudantes,

estimulados e orientados pelo professor, permitindo reencontrar o mundo sob a ótica do escritor de cada época e contexto cultural. Camões ou Machado de Assis; Cervantes ou Borges; Shakespeare ou Allan Poe; Goethe ou Thomas Mann; Dante ou Guareschi; Molière ou Sthendal. (Brasil, 2002, p.19)

Tal afirmação nos leva a ver um retrocesso no ensino de literatura, pois se durante muitos anos o texto literário foi utilizado na escola como pretexto para o ensino de gramática, aqui nos parece que o pretexto será a investigação histórica. O estatuto estético da literatura, embora citado, não é abordado e discutido. Entretanto, outras afirmações do mesmo documento se sustentam em perspectivas mais de acordo com as novas pesquisas na área:

As diversas manifestações culturais da vida em sociedade são marcadas por traços que as singularizam, expressos pela linguagem. Espera-se que o aluno do ensino médio consiga reconhecer e saiba respeitar produtos culturais tão distintos quanto um soneto árcade ou um romance urbano contemporâneo. (p.63) • Trata-se do aproveitamento satisfatório e prazeroso de obras literárias, musicais ou artísticas, de modo geral – bens culturais construídos pelas diferentes linguagens –, depreendendo delas seu valor estético. Apreender a representação simbólica das experiências humanas resulta da fruição de bens culturais. (p.65) • Pode-se propiciar aos alunos momentos voluntários, para que leiam coletivamente uma obra literária, assistam a um filme, leiam poemas de sua autoria – de preferência fora do ambiente de sala de aula: no pátio, na sala de vídeo, na biblioteca, no parque. (p.67)

O deslocamento da literatura para a área de leitura, pensando-se na formação de um aluno leitor, apresenta um aspecto bastante positivo e nos remete, ainda que implicitamente, à Estética da Recepção, em cujos pressupostos teóricos podem-se resgatar a importância da contextualização da obra e de seu autor, o momento histórico de sua aparição e o papel do leitor na concretização da obra. Quando, no entanto, se procura nos Parâmetros em ação ensino médio a metodologia que dê conta dessa proposta, ela não se concretiza. 

Nos três documentos, Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio – PCNEM –, PCN+ e Parâmetros em Ação, não se encontram o conceito de literatura, nem critérios que sirvam de base para caracterizar o “texto literário como forma peculiar de representação e estilo em que predominam a força criativa da imaginação e a intenção estética”, como se afirma nos Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental (Brasil, 2002).


Orientações curriculares para o ensino médio

sinaliza uma separação entre o ensino de língua e o de literatura. Com efeito, na parte referente aos Conhecimentos de Literatura, retoma-se discussão sobre a necessidade da literatura no ensino médio, vista sob o enfoque da arte ou do fazer artístico. Reforça-se a idéia de que a literatura, assim como outras formas de expressão artística, é vital ao homem e não pode ser privilégio de alguns em detrimento de grande parte dos alunos que não tem acesso a ela em seus lares.

A simples leitura desses itens demonstra que a formação de leitores de textos literários representa o ponto central das preocupações dos autores. Para tanto, retomam três aspectos presentes nos PCN e nos PCN+, criticando e discutindo a ênfase no aluno interlocutor para que decida o que é ou não literário, o foco exclusivo na história da literatura e a idéia de fruição estética ali contida. O conceito do que faz com que um texto seja literário ou não, para os autores, deve passar pelo crivo que se utiliza para os escritos canônicos. “Há ou não intencionalidade artística? A realização correspondeu à intenção? Quais os recursos utilizados para tal? Qual o seu significado histórico-social? Proporciona ele o estranhamento, o prazer estético?” (Brasil, 2006, p.57) Defende-se, assim, a necessidade de uma escolha cuidadosa dos textos que devem ser lidos em sala de aula, não se aceitando como literárias manifestações que não correspondam a esses requisitos

letramento literário que leve o jovem a não apenas ler obras literárias, mas também a conhecer textos que falem da literatura

A teoria da recepção, que aparecia de modo implícito no PCNEM de 1999, neste torna-se explícita. Bakhtin, Antonio Candido, Umberto Eco, Ítalo Calvino são alguns dos teóricos que sustentam a discussão sobre a importância do leitor na concretização do texto literário

formação de leitores de poesia dentro e fora da escola, propondo-se “a exploração dos efeitos de sentido produzidos pelos recursos fonológicos, sintáticos, semânticos, na leitura e na releitura de poemas

a história da literatura seria uma decorrência da leitura das obras vistas em seu contexto histórico-social e cultural, “uma espécie de aprofundamento do estudo literário, devendo, pois, ficar para a última etapa do ensino médio ou para os que pretendem continuar os estudos especializados 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Artes da palavra

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 De certa forma, pode-se dizer que a literatura é motivada pelo medo ancestral de esquecer, recuperando na arte da palavra um modo de ser feliz.


Por toda essa sua capacidade inventiva, a arte literária é sempre ficção no sentido de realidade imaginada e criada pela palavra, sem necessariamente precisar ser comprovada com o real. Entretanto, por mais alegórico, fantasioso, absurdo que seja um conto, um poema ou uma novela, o texto literário mantém estreitos vínculos com a realidade humana e só o ser humano em sua existência real é seu foco de interesse e de atenção. Este talvez seja o traço mais generosamente humano da literatura e a sua própria razão de existir – expressar em profundidade a dor e a alegria, a luta e a desistência, o amor e o desencontro, a morte e o retorno, o misterioso e o prosaico, o desejo e a frustração, a liberdade e a descoberta, a fome e os excessos, a persistência e a fuga, a imobilidade e a peregrinação, contribuindo assim para a formação ética, estética e histórica de homens e mulheres em permanente processo de descoberta e revelação. Outra característica geral da arte literária é sua extrema expressividade ao revelar a vida, por mais conhecida que seja, com olhos de primeira vez. Por isso, o traço mais político da literatura é fazer acordar e aguçar nas pessoas o sentido da revelação. Quando se lêem versos de Camões como “Amor é fogo que arde sem se ver/ É ferida que dói e não se sente”, por mais que se conheça a experiência amorosa, é como viver o amor pela primeira e única vez. Ao contrário de definir a vida de forma acabada ou utilitária, a literatura oferece a vida como linguagem múltipla e carregada de significações. Em síntese, a literatura sempre diz mais, por meio da poesia, das narrativas, do cordel e do gênero epistolar que, por vezes, eleva a correspondência entre duas

Leitura de tese

Leitura da tese "Representações de educação em livros de histórias de cidades mineiras (1910-1971)", de  Fernanda Mendes   Resende...